sábado, 20 de junho de 2009

pari gêmeos:

terra e marte.
em um havia chão
no outro espaço
pra mais além
lacunas
.....................
e desde aí nunca mais se ouviu flautas
se teve
uma única doce
entonava gemidos marfim
ao mar sem fim enquanto
terra afundava-se na areia
e marte se banhava.

molho terra
ou seco marte?

minhas mãos entoalhadas ficaram
e não pude afundar água ou falta dela
?

onde estarei?
já nem sei mais
depois desses dois, minhas pernas queixaramn-se de frio
e gélido quedou meu pulmão

marte pôs-se a assoprar
bafo quente
e terra: fina brisa

quem me consome?

dou-te tapas no bumbum, deixe de tolice!
- prometi a um dos irmãos
só não lembro qual...
e tive prantos e convulsões
de espasmar bebendo líquidos
de espalmar grãos finos secos

que dilema inútil

e vagavam os dois pelo meu ventre
desde antes de se formarem
em colunas de vai e vem golfados
de nojo.
de prazer.
e desde sempre nunca se ouviu palmas
com tanto ardor.
com dissabor.

serei a tua fina tenda
que te proteje da borrasca
e do sol inferno a escaldar?

serei tua grossa rede
que arrasta a tempestade
e retém migalhas sobre teu fio

e entre eles completou-se um ano
de se quedar.
de se subir.

e terra ficou.
e marte se foi.
mas sempre se tocaram
de alguma forma estranha ou mística
e não soube onde parar
e fiquei entre
finquei estáticas no meio
até esperar terra flutuar
até esperar marte pesar
.