quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

sobre caminhos caminho
el camiño
dita hino
da exaltação nossa de cada dia

década títere
e exaltações mais
sonhos d'ouro doutro mundo
dentro: meus, teus, pães nossos de cada dia
ternuras mínimas
suspiros de suspiros poéticos
suplementos mais
más consciências, não!
há malas e cuias
cuia em abundância

há quem bote bote
e bodes mais
ah, quem pode pode
e quem sacode
até espirrar
?

no processo de fabricação da cuia há mijo
mijo e cuia
dá goma. pouco mais
tucupi amarelo mijo
tucuxi tomba o velho e pisa
areia branca com chapéu palha calça camisa pescador
donde vem boto?
há procura, sinhá
donde vem boto?
a procura, sinhá

entre clareiras me arrisquei
intercalei imitações de sentido
sombras de gozo em sonhos
copos tilintam em golfos
espasmos em talheres tortos
a mesa está à porta
posta
de carne humana sobre-
mesa amadeirada
tronco firme
seiva longa após corte
carne pronta: prostar-se
eis lambanças e salivações

noite clarão lua
rio beira paira brisa
chega vai que nem maré
boto come carne boa
deixa o peixe quando sai
d'água mole deita dura mão sobre presa ternura
deita mole e atura altura ao estiar mastro
boto foge some morde isca peixe água torna
boto é boto
num é do reino dos animais

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